terça-feira, 19 de maio de 2009

Tomba-Lata com pedigree

A minha vida inteira quis ter um cão, mas sabe como é, viver em São Paulo cercada de concreto impossibilitava essa adoção.
Foi então que a uns 2 anos minha mãe recebeu uma terrinha, e foi quando resolvemos construir uma casa e ter um sítio. Durante a construção, mais precisamente quando estava fechando a lage do banheiro, um visitante noturno começou a aparecer.
Era um cachorrinho novo, tipico vira-lata de interior, totalmente preto e extremamente medroso. Como estava começando a esfriar, ele passava a noite protegido sob a lage, e quando os pedreiros chegavam de manhã ele saia fugido.
Aos poucos os pedreiros foram ganhando a confiança, e ele foi ficando. Sempre quando chegávamos para ver a casa ele saia fugido para o pasto ao lado, até que um dia, ele ficou dentro da casa e me deixou fazer um afago.
Agora ele se chamava Preto, já morava em nossa casa antes de nós. Quando chegou o inverno pedimos que construisse uma casinha de madeira para ele, pelo menos a dele ficou pronta bem antes que a nossa.
O melhor dos vira-latas é o carinho que eles nos dão. São extremamente inteligentes, fiéis companheiros, bons ouvintes, enfim, tudo de bom.
O que venho observando nele é como ele consegue superar os seus medos. No começo o medo da gente, hoje não desgruda. Morre de medo de água, em certas ocasiões era só a gente abrir uma torneira que ele saia correndo, aos poucos fomos chamando, lavando a cara dele, molhando a mão pra ele beber, e hoje a torneira está toda mordida dele tentar beber água .
Outro dia meu noivo quis me matar por ter gasto setenta reais no pet shop, mas bicho tem que ser bem tratado, principalmente por que guarda nossa casa, é como se fosse um pagamento por serviços prestados...(colou a desculpa?).Mas em verdade eu jamais ficaria naquele fim de mundo sem um cachorro, por mais medroso que fosse pra me defender.
Medroso entre aspas, por que se ele não conhece, dá uns latidos que dá medo.
Pois é, depois de quase trinta anos consegui ter um cachorro, quer dizer ele que me adotou, ele que chegou em casa e ficou. Até vida de cachorro caipira é boa uai!

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